Há cerca de quinhentos anos, Portugal dominava metade do mundo e tinha colónias em todos os Continentes.
Uma dessas colónias era a Índia para onde partira uma armada para reforçar as posições de Portugal no Oriente.
Afonso Costa fazia parte dessa armada. Homem jovem, alto, magro, de olhos azuis e cabelos e barba castanhos. Embarcara com o coração apertado, deixando, em Portugal, a sua amada Julieta.
Esteve na Índia cerca de seis meses e, inesperadamente, recebeu a notícia que há muito ansiava: três naus regressariam, de imediato, a Portugal e ele embarcaria numa delas.
A sua alegria era indiscritível, tal era o seu desejo de regressar a casa.
Inicialmente, a viagem foi calma, rápida e com bom tempo. Contudo, junto ao Cabo da Boa Esperança, surgiu uma enorme tempestade e a nau dos mantimentos naufragou.
Com o agravamento das condições climáticas, uma das naus embateu num penhasco e naufragou e a de Afonso Costa ficou muito danificada e teve de atracar na terra mais próxima. Porém, todos os marinheiros com exceção de Afonso, foram mortos pelos indígenas e a nau destruída. Sozinho, sem dinheiro, sem mantimentos e entregue ao que o destino lhe reservasse, Afonso só desejava voltar para os braços de Julieta e era isso que o mantinha vivo.
Alguns anos mais tarde, já com dinheiro suficiente, embarcou numa em direção a Portugal.
Quando chegou a casa, viu Julieta a limpara a entrada de casa.
- Cheguei Julieta! Estou de volta! – gritou Afonso.
Julieta ficou muito emocionada e abraçou-o carinhosamente, afirmando:
- Sempre soube que voltarias são e salvo!
Nem Afonso nem Julieta perderam a esperança do seu reencontro e ficaram juntos até ao fim dos seus dias.